O conceito de economia da experiência foi desenvolvido em 1998 pelos autores B. Joseph Pine II e James H. Gilmore e, atualmente, se mostra verdadeiro, mais do que nunca. Segundo eles, “as empresas líderes do mercado – que vendem para consumidores ou para empresas –, descobrirão que o próximo campo de batalha do mercado competitivo será a criação de experiências para o consumidor”. Na visão desses autores, a economia da experiência vem após as economias agrária, industrial e de serviços, de forma que o tipo de avanço que o consumidor requer e a ajuda no impulsionamento estão totalmente ligados às experiências que as marcas oferecem. Ou seja, o que move a economia atual é a experiência.
Não somente esses autores, mas muitos outros durante o século XX notaram essa mudança de comportamento no consumo da sociedade e verificaram que estava acontecendo uma mudança da lógica, onde a produção industrial, que supria a necessidade de possuir coisas, mudou para outra, onde o elemento central da necessidade humana é o envolvimento emocional, o propósito, o fazer sentido.
Portanto, empresas que atualmente criam experiências personalizadas e que se preocupam com todos os pontos de contato e com as diferentes etapas da jornada de compra do cliente conseguem vantagens competitivas importantes. A experiência positiva oferecida pelas marcas: 1) aproxima os consumidores; 2) facilita a navegação pela jornada de compra; 3) ajuda a garantir clientes satisfeitos; e 4) impulsiona a fidelização de clientes.
TURISMO DE EXPERIÊNCIA
Sem sombra de dúvidas, o turismo é um dos setores que mais pode se beneficiar desse comportamento. Em seus estudos estratégicos para o turismo, a Organização Mundial do Turismo (OMT) escreveu que o turista do novo milênio deseja não somente visitar e contemplar determinado destino, mas também, e principalmente, sentir, viver, emocionar-se e ser personagem de sua própria viagem. Sendo assim, nada mais importante do que usar dados, a fim de embasar as estratégias que vão te inserir na realidade da economia da experiência.
Saiba, a seguir, quais são as principais informações que nós temos sobre o Turismo de Experiência, e como implementá-lo.
De acordo com o SEBRAE, em seu manual publicado em 2018, o turismo de experiência deve ativar o maior número de sentidos e sentimentos possíveis e, por isso, seus fundamentos – elementos que precisam estar presentes e que são o centro da transformação de um serviço simples em um serviço orientado para a experiência – são:
● Sentido. O turismo de experiência precisa de atividades que estimulem os cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar, olfato); aqui incluso um sexto sentido que é o sinergético, quando todos os sentidos são estimulados e a experiência acessa uma emoção que gera arrepios ou lágrimas;
● Sentimento. Desenvolver atividades afetivas que apelem para os sentimentos e emoções do turista. Esta atividade pode gerar uma relação de carinho do consumidor em relação ao destino, pois desperta a memória afetiva;
● Pensamento. Oferecer atividades que estimulem a criatividade e sejam uma novidade para o turista. Tais atividades devem estimular o pensamento livre, flexível e original, gerando um grande aprendizado;
● Ação. Proporcionar experiências físicas e de interação entre turistas e moradores locais. Este elemento é muito importante para entregar ao turista uma experiência que tenha sentido; e
● Identificação. Focar em atividades que estimulem “experiências pessoais”, atingindo os sentimentos individuais do turista. Geralmente são ações que colocam o turista em contato direto com o contexto social e cultural do destino.
No turismo de experiência, o mais interessante é utilizar um conjunto de elementos que potencialize a experiência e intensifique o envolvimento com o destino.
Junto aos elementos, o SEBRAE também diz que o ideal é utilizar-se de ferramentas, as quais são meios pelos quais podemos gerar experiência ao turista. Sendo elas:
● Comunicação. Gerar uma linha de comunicação interna (no destino) e externa (para o turista), que estimule as pessoas a olharem os ativos culturais com a sensibilidade orientada para a experiência, refletindo no turista toda a intensidade das emoções que ele viverá com o seu serviço. Ex.: sites, manuais, folders e eventos são plataformas para exercitar essa comunicação.
● Identidade visual. Utilizar a iconografia local para gerar elementos de identificação como marcas, logotipos e utilitários, capazes de passar sensação, sentimento e gerar identificação.
● Associação. Estabelecer parcerias que deem condições de oferecer diversos elementos de experiência, proporcionando ao turista uma experiência integral e holística. Ex.: uma pousada pode se associar a um poeta e oferecer um chá da tarde com cantoria.
● Mídias eletrônicas. Além de ser uma ferramenta capaz de gerar interatividade por meio de gamificação e conteúdos relevantes, o turista pode visitar o local, mesmo à distância, e ter contato com os elementos do local, tais como a música e a paisagem.
● Pessoas. São elementos de destaque na experiência, pois possuem as histórias que propiciam a interação, dando a sensação de hospitalidade e acolhimento. Elas precisam ser bem treinadas e estarem alinhadas com o conceito de experiência para ofertarem experiências ao cliente.
● Locais. Podem ou não ser pontos turísticos da cidade, paisagens, espaços que remetem à cultura e que contam uma história do local. São cuidados e trabalhados para gerar experiência. Ex.: fazer uma apresentação cultural com música ou poesia ao nascer do sol, em uma paisagem relevante do destino, como uma pedra ou um açude; fazer um acampamento de observação do céu estrelado do sertão de cima da chapada, ao som da cantoria.
● Artefatos. São todos os utensílios e seus usos que ajudam a construir uma experiência genuína do local. Ex.: disponibilizar uma moringa de barro ao lado da cama para o turista ter a experiência de tomar água fresca; ofertar dormida na rede.
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