Poucas são as áreas onde a geração, reunião, processamento, aplicação e utilização da informação é tão importante para o dia a dia da atividade, como no turismo
Poon, 2003

O turismo é complexo e envolve diversos setores econômicos – hotelaria, transporte, alimentação, atrações turísticas, dentre outras – e esses setores oferecem serviços turistas, mas também para moradores.
Uma Gestão Data Driven, ou gestão por dados, significa ter uma base sólida para tomar decisões, ao invés de partir de suposições, vivências e experiências.
Apontamos a seguir alguns desafios para a gestão por dados no turismo:

As estatísticas do turismo são dificultadas, ainda, pelo fato de que nem todos os serviços são usados sistematicamente por todos os turistas. Um visitante pode utilizar o carro próprio e ficar hospedado em um hotel, enquanto outro pode ficar na casa de parentes e amigos, mas alugar um carro ou utilizar transportes turísticos, por exemplo. Isto faz com que a matriz estatística e de impacto econômico se torne ainda mais complexa.
Outro fator dificultador é a complementaridade entre os serviços, a integração de sistemas e a informalidade. Lidamos com uma atividade em que o turista realiza uma compra, e usufrui de vários serviços. Em que as metodologias e estatísticas utilizadas para computar o número de usuários e pelo setor aéreo (passageiros), por exemplo, não é a mesma aplicada para o setor hoteleiro (diária), que também é diferente da utilizada por atrações turísticas (visitantes). Portanto temos diferentes pesos e diferentes medidas a serem consideradas. E por fim, estamos diante de um setor em que a informalidade corresponde a aproximadamente 30% do setor.
Entretanto, para superar os desafios, para sermos mais competitivos, para identificarmos setores estratégicos precisamos de dados!
Então como superar estes desafios?
O primeiro passo é olhar para dentro de casa, identificar os dados e indicadores que a própria empresa, ou o próprio destino já o possuem e estão desorganizados e sem utilidade. Citamos alguns a seguir para ilustrar:
Gestão Pública – Estados, municípios, regiões circuitos...
· Empresas abertas nos CNAES do turismo
· Empresas com cadastur
· Impacto do turismo no PIB
· Disponibilidade hoteleira / leitos ou camas
· Empreendimentos Turísticos
· Atrações Turísticas da região
Hotelaria
· Ocupação hoteleira
· Tarifa média
· Permanência média
· Disponibilidade de leitos
· Perfil dos visitantes (local de residência, viajam sozinhos ou acompanhados...)
Bares e Restaurantes
· Fluxo diário
· Volume de vendas diário / mensal
· Ticket Médio
· Capacidade de atendimento
· Perfil do público
Guias Turísticos
· Atrações mais buscadas
· Duração dos roteiros
· Volume de procura
· Volume de venda
· Valor médio de contratação

Estes são alguns exemplos, caso o seu setor tenha ficado de fora, deixe nos comentários que podemos ir acrescentando, ou fale conosco que teremos o muito gosto em ajudar.
Muito bem, já olhei internamente e organizei tudo, e agora?
Vamos olhar para fora, buscar as fontes oficiais, as associações do setor, as estatísticas nacionais, locais e regionais que podem nos ajudar a compreender melhor se estamos bem posicionados ou se podemos melhorar, iremos identificar onde podemos chegar e até gerar algumas estratégias.
Aqui vão algumas fontes internacionais para manter no radar:
· Organização Mundial do Turismo – OMT
· World Travel & Tourism Council - WTTC
. Fórum Econômico Mundial - WEF
. Banco Mundial - WB
. European Travel Comission - ETC
· Associação Internacional de Congressos e Convenções - ICCA
· Associação Internacional dos Convention & Visitor Bureau’s – IACVB
E aqui as nacionais:
· Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
· Ministério do Turismo – Dados e Fatos, Dados Abertos, Cadastur
· Associação Brasileira de Empresas de Eventos – ABEOC
· Associação Internacional de Transportes Aéreos - IATA
· Autoridade Nacional da Aviação Civil - ANAC
· Associação Brasileira das Empresas Aéreas – ABEAR
· Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT
· Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT
· Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis – ABLA
· Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil – FOHB
· Associação Brasileira da Industra Hoteleira – ABIH
· Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares – SHRBS
. Associação Brasileira dos Operadores de Turismo - BRAZTOA
· Instância de Governança Regional - IGR
. Comissão Nacional do Comércio - CNC
. Fecomércios Estaduais
· Conventions & Visitours Bureau locais
· Secretaria de Estadual/Municipal de Fazenda (Dados Econômicos)
· Relação Anual de Informações Sociais – RAIS (Emprego)
Ufaaa... são muitas não é?! Se esquecemos de alguma que você utilize deixe nos comentários que vamos adorar as contribuições.
Mas a verdade é que “andorinha sozinha não faz verão”, como já dissemos o turismo é complexo, e olhar somente para o seus dados te dará uma versão limitada, então nada melhor do que trocar com empresas parceiras do seu setor, mas também de outros setores. É importante olhar para dados macro, como os municipais, estaduais, nacionais ou até internacionais, afinal eles nos permitem sair um pouco da nossa bolha e expandirmos horizonte.
Quais são os benefícios da gestão por dados?
Olhar para dados reais, permitem aos gestores identificarem seus pontos fortes e suas fragilidades, e assim eles podem validar os áreas de intervenção, assim como priorizar investimentos em setores estratégicos para implementação de melhorias e desenvolvimento.
A gestão por dados nos permite ser assertivos! Nos permite otimizar, quer dizer, economizar recursos financeiros, e ter um maior retorno sobre eles. Nos dá a capacidade de ser assertivos, e alcançar melhores resultados.

Se chegou até aqui e não se sente seguro de como começar, não se preocupe, você não está sozinho. Marque um hurário conosco que teremos muito gosto em ajudá-lo!
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